HIStory, my story

Desde que nasci vivi rodeada de música por todos os lados. Meus pais são bons apreciadores de diversos estilos. Quando era bem criança, eles me compravam LPs (sim, eu peguei a fase dos LPs!) de música infantil, de histórias, e eu ouvia deles, desde Yes e Pink Floyd até Chico Buarque, Ednardo e Elis Regina.

O primeiro LP que eu me lembro de escolher sozinha, que peguei nas mãos e falei "eu quero levar esse", foi o álbum "Dangerous" do Michael Jackson. Já havia aprendido a colocar o LP na vitrola e passava muito tempo ouvindo-o. Minha irmã e eu ficávamos horas descobrindo coisas interessantes na capa.

Quando nós ganhamos nosso primeiro aparelho que tocava CD, meu pai nos deu o álbum "HIStory", que também ouvíamos muito.

É fascinante pensar que, mesmo sem eu perceber, Michael Jackson fez parte de um bom pedaço da minha vida, como faz parte da vida do resto do mundo desde a década de 70. E é estranho como seu falecimento me deixou chocada. Sua pessoa foi exatamente o contrário de sua Arte, à exceção do fato de que ninguém fica "imune" ou indiferente nem a um, nem a outro.

Acredito que nessa vida foi a primeira vez que passei pela experiência de ver um Gênio morrer na Terra, e perceber como o seu legado o mantém vivo pela eternidade. Espero que agora, o "menino-homem" - como descreveu-o Paul McCartney - possa ficar em paz e por fim feliz, vendo o quanto de bom ele fez e o quão bom ele foi.

Lamento que a sina dele tenha sido a mesma de todos os Gênios: passar pela glória, mas também pela incompreensão dos tolos, pelo sofrimento dos sensíveis e pela morte prematura.