Wednesday, November 24, 2010

I was only waiting...


Blackbird singing in the dead of the night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.

Blackbird singing in the dead of the night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of the night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arive
You were only waiting for this moment to arive
You were only waiting for this moment to arive.

***

Fly away, meadowlark.
Fly away in the silver morning.
If I stay, I'll grow to curse the dark,
So it's off where the days won't bind me.
I know I leave wounds behind me,
But I won't let tomorrow find me
Back this way.

Before my past once again can blind me,
Fly away.

Wednesday, November 3, 2010

In a certain weird happy+melancholy mood today...


To watch from the window memories and bounds shatter like glass is heart-breaking, altought it makes me happy that my memories are of happy times and these cannot be erased or stolen. Love's still here, to those who seek it in my person.


I don't like sharing such personal thoughts like this publicly, but they just flourished, so I guess it was supposed to be so.

Sunday, October 24, 2010

"Manon Lescaut" nas Vesperais Líricas


Foi tão bonito! Tão intenso... a música do Puccini é fabulosa, os cantores estavam muito bem (bravi tutti!) e o cenário, figurinos, iluminação... bárbaros! Fico muito grata por ter participado dessa montagem, ajudando na maquiagem! Quem sabe, um dia, eu canto isso... por enquanto fica na fantasia. =)

Na foto, Elaine Moraes como Manon Lescaut e Miguel Geraldi como Des Grieux. Bravíssimi!

Wednesday, October 13, 2010

Indeed...


Taken from: Quoteskine

Thanks to Andrea for the great discovery!

Tuesday, September 28, 2010

Memorial de Maysa Monjardim


Pois é, existe um site na internet chamado FIND A GRAVE (encontre um túmulo). O link é este aqui. É um site interessante, há muito o que olhar.

Parece coisa mórbida, né, as pessoas criarem memoriais, como túmulos virtuais para famílias, pessoas famosas, pessoas queridas... acho que quem entra num site desses não deve só apreciar arte tumular ou ter uma curiosidade enorme de ver onde estão os restos mortais de Marilyn Monroe, mas sim deve existir a vontade de prestar uma homenagem que muitas vezes a distância e o tempo só permitem que isso seja feito no cyber-espaço.

Foi por isso que eu criei um memorial para Maysa, que é uma pessoa famosa, mas querida e importante na minha vida, separada por tempo e espaço. O que seria de mim sem suas canções e poemas?

Então está aí, o memorial de Maysa Monjardim, para quem quiser dar uma olhada, aos poucos eu vou melhorando:

http://www.findagrave.com/cgi-bin/fg.cgi?page=gr&GRid=59268937

Um P. S. indignado: Por que será que minhas cantoras preferidas são quase todas já desencarnadas?

Saturday, September 25, 2010

Retomando estudos... e perspectivas


Into the Light, into Enlightment!

With hope and a smile within!

Friday, September 17, 2010

Uma prece


Deus, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai força àquele que passa pela provação; dai luz àquele que procura a verdade, pondo no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus, dai ao viajor a estrela guia; ao aflito a consolação; ao doente o repouso. Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o guia, ao órfão o pai. Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que Criastes. Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé. Deus, um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra. Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós como um grito de reconhecimento e amor. Como Moisés sobre a montanha, nos Vós esperamos com os braços abertos, oh! Poder... oh! Bondade... oh! Beleza... oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte alcançar a Vossa misericórdia. Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós. Dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas, o espelho onde deve refletir a Vossa Santa e Misericordiosa imagem.

Cáritas,
25 de dezembro de 1873.



Porque eu senti uma vontade imensa. Porque me lembra uma pessoa muito querida. E porque é pelo que rogo todos os dias, para todos.

Saturday, September 4, 2010

"A volta do parafuso", ou "A angustia"

No Carnaval de 2009, postei aqui comentários sobre o filme "Os inocentes". Quem quiser ler ou re-ler, eis o LINK. Pois eu nunca havia parado para ler a obra em que ele foi baseado, "A volta do parafuso", de Henry James. Aí eu fui procurar o livro, isso foi no começo de agosto. Comprei. Comecei a ler.

E comecei a ter piripaques. Mas piripaques mesmo, tipo taquicardia e falta de ar! A escrita é tão forte, a palavra tem tanto poder sobre a gente que é difícil ficar imune.

O filme tem muito disso, mas a força está no visual e no auditivo. Quando os outros sentidos se envolvem através da palavra, e é a sua cabeça que dá a forma e o clima - pois acredite ou não, você pode assistir quinhentas vezes o filme que não vai fazer diferença, é como se fossem duas obras diferentes, apesar de até os diálogos serem os mesmos (Truman Capote é o roteirista, né? Só poderia ser fantástico!) - tudo muda; é justamente a "volta do parafuso" do título.

Esse estado de angustia me impediu algumas vezes de continuar a leitura... tanto que vou conseguir termina-lo somente esta noite. Palavra de honra! Ou eu não termino.

Essa semana revi o filme, e parei para prestar atenção na trilha sonora. Ela começa com o que parece uma típica canção tradicional ou folclórica britânica, mas aí eu fui atrás e vi que foi composta especialmente para o filme pelo francês Georges Auric. Mas a letra bem poderia ser do próprio Henry James.

Para ouvir: AQUI

Para acompanhar a canção:
We lay my love and I
beneath the weeping willow.
But now alone I lie
and weep beside the tree,
singing oh Willow Waly
by the tree that weeps with me,
singing oh Willow Waly!
Till my lover returns to me.
We lay my love and I,
beneath the weeping willow.
But now alone I lie...
Oh Willow I die,
oh Willow I die...

Sunday, August 15, 2010

Memory... I can smile at the old days!

Remembering "Dive" in this 50th birthday, dear Sarah... hope you had a wonderful day, just like the ones you give your fans!

And always you'll be
Blood and soul part of me
The second element
I am longing for you
And always you'll see
That you reflect on me
My second element
Are you missing me too?

Thursday, July 22, 2010

A descoberta do Festival

Era pra ser um bate-volta para ver a minha caríssima amiga Roseane Soares cantar no recital de bolsistas do Festival de Inverno, mas a estada em Campos do Jordão se estendeu por quatro dias e - graças também a Rose e seus amigos, que me conseguiram ingressos - eu pude assistir alguns concertos e descobrir música nova.

Eis aqui minha descoberta favorita: "Eine Alpensinfonie" de Richard Strauss. Para ouvir (sob a regência do maestro Karajan), basta entrar neste link AQUI e baixar o arquivo. Vale cada momento!!!

Um excelente encerramento para um passeio delicioso nas montanhas paulistas! Fica só o sentimento de querer um pouquinho mais daquele frio gostoso e da música que permeia o ar de Campos em julho...

Wednesday, June 30, 2010

Sunday, June 27, 2010

Longing for...

Missing NYC. Missing Liza. And yes... missing Pavarotti (although not my favourite).

Longing for following the yellow brick road again to the city that doesn't sleep!



These vagabond shoes are longing to stray right through the very heart of it! And find I'm queen of the hill, top of the heap!!!

Sunday, June 20, 2010

Saramago


Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
("Mar portuguez / O Infante", Fernando Pessoa)



Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo.
José Saramago

***

Sem palavras. Sem palavras. Somente a gratidão de poder ler os caminhos que Saramago percorreu.

Friday, May 28, 2010

Frase de efeito


O tempo distorce a Justiça. E também o Amor.

Time distorts Justice. So it does to Love.


El tiempo retuerza la Justicia. Tal como lo hace con el Amor.


Le temps distord la Justice. Et aussi l'Amour.

***
Fernando Augusto, meu professor de Tarot.

Saturday, May 22, 2010

En remémorant Maria (je ne sais pas pourquoi)


La nuit quand je m'éveille
Dans mon désert de gloire,
Je songe très souvent à la diva en noir,
Celle qu'on adorait et qui se détestait,
La femme dont la voix résonne à tout jamais.

Tous les bravos du monde
N'ont pas pu secourir
Maria la magnifique qui s'est laissé mourir
J'avoue que certains soirs quand la foule applaudit
C'est celle à qui je pense, à qui je dis merci.

Il faut avoir gravi les sommets de silence
Pour sentir la douleur de sa desesperance
Et pour avoir chanté jusqu'au bout de mon âme,
Je me suis reconnue à travers cette femme.

Tous les bravos du monde
N'ont pas pu secourir
Maria la magnifique qui n'a su que souffrir.
J'avoue que certains soirs quand je suis sur la scène,
J'aimerais que ma voix se confonde à la sienne.

Tous les bravos du monde
N'ont pas pu apaiser
Maria la magnifique, la diva écorchée.
Quand je fuis les lumières la nuit quand tout s'efface
Surgit dans le désert l'ombre de la Callas.

(Denise Bombardier)

Friday, May 7, 2010

Follow your bliss: o poder de Joseph Campbell


Terminei ontem de assistir o ciclo de entrevistas do jornalista Bill Moyers com o MESTRE dos estudos da mitologia, Joseph Campbell. Suas palavras foram uma das melhores coisas que aprendi na vida.

Altamente recomendável para as pessoas que ainda vêem esperança no mundo, querem entende-lo e sentem que o nosso inconsciente coletivo vai tomar jeito e mudar as coisas para melhor.

Tuesday, April 27, 2010

Lua cheia, lua branca

Lua Branca - Chiquinha Gonzaga

Ó, lua branca de fulgores e de encanto
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus o pranto
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca
Dá-me o luar de tua compaixão
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo
Ela partiu, me abandonou assim
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim

Sunday, April 25, 2010

O que há de similar nestas imagens?

Dê-me um significado. Observe a figura central, o fundo, os detalhes ao redor e diga-me: o que elas querem dizer? (clique para vê-las em tamanho maior)

(Andréa, também quero uma interpretação tua, hein?) ;-)

Sunday, April 18, 2010

Con la cabeza y el alma en España...

Para quem nunca ouviu Manuel de Falla, aqui vai uma amostra das suas famosas "Siete canciones populares españolas", na voz da também ibérica Teresa Berganza:



¡Ay!
¡Guardo una pena en mi pecho,
Que a nadie se la diré!

Malhaya el amor, malhaya,
¡Y quien me lo dió a entender!
¡Ay!

Friday, April 9, 2010

Goya


O crítico Richard Schickel comentou que: “Ele tinha a natureza inflamável e vigorosa de um rebelde, mas sua profunda necessidade de segurança e conforto material lhe ensinou a domar sua língua. No entanto, o sucesso material e a prudência pessoal nunca diminuíram a força sua arte. Ele permaneceu, até o fim dos seus dias, aos 82 anos, um espanhol apaixonado que desenhava e pintava com uma sinceridade intensa as coisas que via ao seu redor e as emoções que estas lhe provocavam”.

(Clique nas imagens para ve-las em tamanho normal)









Sunday, April 4, 2010

A Paixão de Cristo

Ted Neeley em 2006, depois de 33 anos (coincidência?) de ter vivido Jesus no cinema. Emocionante.

Saturday, April 3, 2010

A bit of poetry


I love the dark hours of my being.
My mind deepens into them.
There I can find, as in old letters,
the days of my life, already lived,
and held like a legend, and understood.

Then the knowing comes: I can open
to another life that's wide and timeless.

So I am sometimes like a tree
rustling over a gravesite
and making real the dream
of the one its living roots
embrace:

a dream once lost
among sorrows and songs.

(Ranier Maria Rilke,"Rilke’s Book of Hours: Love Poems to God")

Saturday, March 27, 2010

E chiove...


Comm'è stretta 'sta via
À 'ggente nun ce cape
Se fa 'na prucessione
Ca cammina chianu chianu
Nun è morto nisciuno
Num è 'o santo e nisciuno
Nun se sente na voce
E nun sona na campana
E intanto 'o core aspetta
Ca s'arapene 'e funtane

E chiove, n'capo 'e criature
Vulesse arravuglià 'sta luna cu 'na funa
Pe m'a purtà luntano
Pe m'a purtà luntano
Addo''o cielo che è cielo
Nun se fai mai scuro
E chiove, n'terra e nisciuno
Vulesse cummanà pe' spremmere e dulure
Dinto a 'stu ciummo amaro
Ca nun conosce 'o mare
Pecchè 'o mare è luntano eppure sta vicine

Comm'è llonga 'sta via
Pecchè nun sponta mai
Se perde dint' 'e 'pprete
'mmiezo 'e carte arravugliate
Sotto 'a l'evera 'e muro

Ca s'arrampeca e 'ggiura
'e jastemme de'journe
'e serate senza pane
E intanto 'o cuore aspetta
Ca s'arapene 'e funtane

E chiove, n'capo 'e criature...

Tuesday, March 23, 2010

Wish upon a star...

Take a step, enter the land!

*Disney moods*

Saturday, March 20, 2010

Tuesday, March 16, 2010

Para constar

Terminei "Crime e castigo".

Em resumo: uma experiência obrigatória pra qualquer ser que seja Humano.











Agora tenho inúmeras coisas para começar a ler. Vou fazer a lista, e às (poucas e queridas) pessoas que passarem por aqui, peço que votem em uma delas, okay? Senão eu não me decido nunca e volto a jogar Farmville no Facebook (o que é triste)...

* Caim, José Saramago
* O romance de Tristão e Isolda, Joseph Bédier
* Coleção de poemas de Emily Dickinson
* Biografia da Judy Garland
* Contos completos de Virginia Woolf
* Las bailarinas muertas, Antonio Soler
* Heart of darkness, Joseph Conrad
* Don Quijote de La Mancha, Miguel de Cervantes
* Cien años de soledad, Gabriel García Márquez

Sunday, March 14, 2010

Falando em "Beatriz"...

Descobri essa cantora portuguesa, Maria João, através do meu caro amigo Falsário Chicote.

Pessoalmente, achei que NUNCA alguém pudesse chegar perto da interpretação definitiva do Milton Nascimento para "Beatriz", mas a moça foi quase lá. É de uma delicadeza indescritível!

E o vídeo para a música, que vocês podem conferir abaixo, é um deslumbre a parte.

Sobre "Crime e castigo", parte 2

Ontem consegui chegar ao EPÍLOGO, e meus olhos começaram a embaralhar todas as letras. Resumindo: quem não quer que eu termine esse livro???

NUNCA aconteceu de eu chegar no ápice da história e parar (não por vontade própria e consciente)!!! Tô realmente me estranhando!!!

O que acontece com "Crime e castigo"??? Sei que ele influenciou um monte de gente, inclusive do naipe de Clarice Lispector. Será que tem alguma coisa nele que leve as pessoas a algo fora de seu estado comum??? COMO e ATÉ ONDE???

Je ne sais pas.

Tuesday, March 9, 2010

Reflexão sobre a carta do dia no Via Tarot


Pra quem não conhece, o Via Tarot é um blog super legal e super sério (está entre os meus favoritos aqui também): http://viatarot.blogspot.com/

*****

"fazer a sua revolução interior, com direito a quebrar conceitos endurecidos, lascar a picareta nos paradigmas (rs) e chutar o pau da barraca do sistema (vamos deixar o sol entrar neste ambiente sombrio!)"

Quem consegue realizar dentro de si qualquer uma dessas coisas pode considerar-se uma pessoa não somente iluminada, mas vencedora!

Vivemos um cotidiano tão pesado que os conceitos, paradigmas e o sistema nos arrastam pra cá e pra lá (antes fosse como na canção de Elis Regina!) sem mesmo que percebamos. Por mais centrados, harmonizados e espiritualizados (por que não mencionar?) que sejamos, essa rede nos prende inconscientemente e é difícil mesmo nadar contra tudo isso e tentar arrebenta-la.

Isso me fez lembrar do desenho "Procurando Nemo": no final do filme os peixinhos ficam desesperados quando se dão conta que foram pegos pela rede. Esse desespero foi o que quase os levou a morte. Aí vem o Nemo (bonitinho!) e indica que todos têm que nadar na mesma direção, e num baita trabalho de equipe conseguem a liberdade. A vida.

Acredito que nosso trabalho para conseguir essa revolução interior é trazer todos os fragmentos de nós mesmos (por mais que alguns sejam incômodos, amargos e afins) e coloca-los pra nadar juntos, para a nossa própria unificação. Só dessa maneira seremos fortes o bastante para arrebentar essa rede histórica de paradigmas e dogmas sociais.

Monday, March 8, 2010

Olha...


Uma das mais belas declarações de amor à Mulher. Para nós, mis amores.

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sunday, March 7, 2010

Avon calling!

(lembram do "Toque de Amor"?)

Gente, estou vendendo Avon para angariar fundos para esta minha jornada terrena, hehehe...

Pedidos, basta chamar! =)

P. S.: Isto é sério!!!

Saturday, March 6, 2010

Depois de 17 anos...


... achei meu álbum favorito daquela época, com a minha música favorita daquela época. Era uma gravação em fita cassete dum LP.

Ney Matogrosso & Aquarela Carioca: As aparências enganam

A música é "Pavão mysteriozo".

Pavão misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha prá contar...

Pavão misterioso
Nessa cauda
Aberta em leque
Me guarda moleque
De eterno brincar
Me poupa do vexame
De morrer tão moço
Muita coisa ainda
Quero olhar...

Pavão misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha prá contar...

Pavão misterioso
Pássaro formoso
No escuro dessa noite
Me ajuda a cantar
Derrama essas faíscas
Despeja esse trovão
Desmancha isso tudo
Que não é certo não...

Pavão misterioso
Pássaro formoso
Um conde raivoso
Não tarda a chegar
Não temas minha donzela
Nossa sorte nessa guerra
Eles são muitos
Mas não podem voar...

Monday, March 1, 2010

Poema de Cantora


Há muito tempo não tenho mais noites
sempre loucas, mas minhas
noites sem medos das horas de agora.
Sem nunca, sem hora.
As horas de antes!
A noite esperando por quem se entregando
não espera andar caminhando.
Pra que quero o caminho, se estar é tão bom;
Eu estive. Eu andei. E cega me
busco nos passos antigos
nos doidos já idos
sem compromissos, a não ser, ser.

(Maysa Figueira Monjardim)

Sunday, February 28, 2010

A sabedoria do ABBA


I don't wanna talk
If it makes you feel sad
And I understand
You've come to shake my hand
I apologize
If it makes you feel bad
Seeing me so tense
No self-confidence
But you see

The winner takes it all
The loser standing small
Beside the victory
That's a destiny

The gods may throw a dice
Their minds as cold as ice
And someone way down here
Loses someone dear
The winner takes it all
The loser has to fall
It's simple and it's plain
Why should I complain

The judges will decide
The likes of me abide
Spectators of the show
Always staying low
The game is on again
A lover or a friend
A big thing or a small
The winner takes it all

Someone dear...
Takes it all...
The loser ...
Has to fall...
Throw a dice...
As cold as ice...
Someone way down here...
Someone dear...
Takes it all...

***

Não quero falar.

Sunday, February 21, 2010

Sobre "Crime e castigo"

(Fiódor Dostoiévski)

Quem me conhece sabe que esse livro já virou uma epopeia pessoal. Deve fazer quase um ano já que tento engatar na leitura. Não sei se é algo com Dostoiévski, porque também tentei ler outras coisas dele que não fluíram como outros autores, mas é uma questão de honra agora terminar a jornada da alma de Raskólnikov com ele.

Esse livro, pela forma como flui, me lembra um tsunami: águas calmas, sempre no mesmo balanço melancólico de ver, pra num piscar de olhos revoltar-se e invadir com ferocidade até a devastação.

Ainda não cheguei na última parte, mas estou no olho do maremoto. E isso é muito bom. Mesmo com essa descrição "cabeluda" que eu dei, quem passa por aqui e nunca leu "Crime e castigo" deveria. Vou finalizar o texto com uma frase do próprio Rodion Raskólnikov, fica aí para matutar:

"tudo está ao alcance do homem e ele deixa isso tudo escapar só por medo..."

Pois é, Ródia. Você eu não deixei escapar.

Saturday, February 20, 2010

Frases casadas


"no amount of fire or freshness can challenge what a man can store up in his ghostly heart" (f. scott fitzgerald)

"a man's face is his autobiography. a woman's face is her work of fiction" (oscar wilde)

Wednesday, February 10, 2010

Sobre vida, morte e devoção com Mozart e Bernstein


No fim da década de 80, Leonard Bernstein (mais conhecido do público geral por sua ópera/musical "West Side Story") resolveu reger o Requiem de Mozart em homenagem a sua falecida esposa. O concerto, dentro de uma igreja ao norte da Alemanha, rendeu uma gravação em vídeo que foi lançada pela Deutsche Grammophon. E Bernstein conseguiu dar vida - para quem já o viu reger, parece que dá sua própria vida - a uma missa dedicada aos mortos.

Estranho falar "Requiem de Mozart"; nos faz matutar se ele compôs para si. Conta a história que ao compor parte do trecho "Lacrimosa" da missa, se pôs a chorar e deixou a partitura de lado, para deixar este mundo na mesma madrugada. O término da composição foi feito por seus alunos.

Acho que realmente não importa.

O que importa é a sensação de êxtase ao ouvir - o que eu passei a considerar - a mais bela composição do mestre, sentir-se fundir com a música. E de repente, parar sem ao mesmo respirar para ouvir o que parece um interminável morendo ao final, e ver Bernstein fazendo uma prece silenciosa, como se fosse o único na igreja lotada, as lágrimas misturando-se ao suor. Todos os olhos voltados para ele, e o som de sinos a badalarem muito ao fundo, trilha sonora delicada para finalizar com perfeição o pranto melódico, o lamento profundo, a prece em forma de música divina.

Não sei bem o que escrever, não sei bem como descrever. Ainda estou presa naquele morendo final...

Sunday, January 31, 2010

Sobre livros com Anaïs Nin


Quais são os escritores que nos enriquecem? Penso que isso é diferente para todos. Penso que lemos muito subjetivamente. Lemos aquilo de que precisamos. Há quase uma força obscura que nos guia para determinado livro numa determinada altura; depois criamos problemas quando tentamos racionalizar isso e dizemos que este escritor é bom e aquele escritor é mau. Nunca fui capaz de dizer isso. Compreende, não posso dizer que Simone de Beauvoir seja má escritora, mas posso dizer que não me enriquece. O que é uma afirmação totalmente diferente. E penso que isso varia muito. Elaborei uma lista de escritoras e dos seus livros que me enriqueceram. Mas não é uma seleção literária. É uma seleção puramente subjetiva e a sua podia ser totalmente diferente. Perguntam-me muitas vezes o que penso acerca de Simone de Beauvoir, o que penso acerca de The Golden Notebook, e é-me sempre difícil responder. Não os considero livros enriquecedores, porque me repetem incessantemente como as coisas estão, mas nunca me mostram como posso mudá-las. Logo, quando Simone de Beauvoir escreve um livro acerca do envelhecimento, ela está a curvar-se à idade cronológica e a dizer que em determinada altura ficamos velhos. Mas nós às vezes ficamos velhos aos vinte anos. A idade é outra coisa que temos de transcender e de encarar com outra atitude. Não é cronológica. E penso o mesmo em relação à descrição de coisas tal como elas são, sem uma abertura que nos diga para onde podemos ir a partir dali ou como podemos transcendê-las, que encontro naqueles que chamo os escritores enriquecedores. É por isso que, quando não estou apaixonada por escritores, digo sempre que posso respeitar as suas ideias, mas que não me dão o sentimento que me empurra para a vida.

*****

De acordo.

Friday, January 29, 2010

Sobre o céu de Paris com Édith Piaf

Hm, hmm...



Sous le ciel de Paris
S’envole une chanson
Elle est née d‘aujourd’hui
Dans le coeur d’un garçon
Sous le ciel de Paris
Marchent les amoureux
Leur bonheur se construit
Sur une air fait pour eux
Sous le pont de Bercy
Un philosophe assis
Deux musiciens, quelques badauds
Puis des gens par milliers

Sous le ciel de Paris
Jusqu’au soir vont chanter
L’hymne d’un peuple épris
De sa vieille Cité
Prés de Notre-Dame
Parfois couve un drame
Oui, mais à Paname
Tout peut s’arranger
Quelques rayons du ciel d’été
L’accordéon d’un marinier
L’espoir fleurit
Au ciel de Paris

Sous le ciel de Paris
Coule un fleuve joyeux
Il endort dans la nuit
Les clochards et les gueux
Sous le ciel de Paris
Les oiseaux du Bon Dieu
Viennent du monde entier
Pour bavarder entre eux
Et le ciel de Paris
A son secret pour lui
Depuis vingt siècles il est épris
De notre île Saint-Louis

Quand elle lui sourit
Il met son habit bleu
Quand il pleut sur Paris
C’est qu’il est malheureux
Quand il est trop jaloux
De ses millions d’amants
Il fait gronder sur eux
Son tonnerre éclatant
Mais le ciel de Paris n’est pas longtemps cruel…
Pour se faire pardonner, il offre un arc-en-ciel…

Tuesday, January 26, 2010

Passeando com Virginia Woolf


Do canteiro oval de flores erguiam-se talvez centenas de talos se alongando entre folhas em formatos de coração ou de línguas, enquanto cresciam e se desenrolavam na ponta de pétalas vermelhas ou azuis ou amarelas manchadas com borrões que afloravam à superfície; e do escuro vermelho, azul ou amarelo dos seus interiores emergia uma estreita barra, áspera com pó de ouro e com um leve formato de clava na extremidade. As pétalas eram volumosas o bastante para se agitarem com a brisa, e quando elas se mexiam, as luzes vermelhas, amarelas e azuis passavam umas sobre as outras, tingindo alguns poucos centímetros de terra marrom por baixo, com borrões dos mais intrigantes. A luz caía ou sobre a lisa superfície cinza de uma pedrinha, ou sobre a concha de um caracol com veias circulares, em tons marrom, ou, quando caía sobre uma gota de chuva, se expandia com tamanha intensidade de vermelho, azul e amarelo que se esperava que de tão finas suas paredes se rompessem ou desaparecessem. Em vez disso, a gota, em um segundo, ficou de novo prateada, e a luz então se acomodou sobre a superfície de uma folha, revelando a ramificação de filetes de fibra sobre a superfície, e novamente se moveu e espalhou sua luz sobre os vastos espaços verdes abaixo das cúpulas das folhas em formatos de corações e línguas. Então a brisa soprou sem dúvida ainda mais vivaz no alto e as cores passavam no ar, nos olhos de homens e mulheres que caminham por Kew Gardens em julho.

(fragmento de "Kew Gardens", o conto de Virginia, e de Kew Gardens, o Jardim Botânico Real nas redondezas de Londres)

Wednesday, January 13, 2010

In Neruda we trust


Para um bom começo de ano, que todos sigamos sendo, e com o coração interminável.

...

Falando nisso, hoje eu tive a prova de que sim, ainda existe bondade no ser humano. Subindo no ônibus, correndo como sempre, paro atrás de uma mulher com uma sacolinha e o bilhete único na mão. Ela vira pra mim, que estava esbaforida, e diz: "passa comigo?". Não entendo, ainda dormindo do jeito que estava, até que ela me mostra o bilhete de portadora de necessidades especiais. Ela é surda. Passou pela catraca e me deixou passar em seguida. Eu agradeço uma, duaz vezes. Ela sorri, de verdade.

Ainda há corações intermináveis.