Ich liebe Karajan

Dia dos namorados. Saio para a acupuntura, depois encontro com uma amiga às 15h para bater um papo. O namorado dela, também meu amigo, chega pra bater papo junto. Mais tarde eles vão jantar e pegar um cineminha, assistir ao Marcello Mastroianni - programa perfeito para um casal que é a coisa mais linda. E eu fico na livraria, meu pequeno parque de diversões, meu "quarto". E ando, e ando, e dez minutos antes de fechar, quase 22h, resolvi que iria dar-me um presente de dia dos namorados.

Voltei no tempo, aos meus oito anos de idade, quando bati o olho num dvd da Nona sinfonia de Beethoven regida pelo maestro Herbert von Karajan. Essa sinfonia foi a trilha sonora da minha primeira (de muitas) visitas ao Theatro Municipal de São Paulo, meu amor-maior nessa cidade. Não hesitei em estender a mão à gôndola e pegar o dvd.

Cheguei em casa, coloquei o pijama e liguei o home-theatre. Sentei sozinha na sala, e então estava em Berlim, na Philharmonie, assistindo à entrada do maestro Karajan. Um movimento de mãos, e como Poseidon ele fazia agitar, acalmar e fluir a cascata de sons composta por Beethoven. Bem, duas genialidades como estas somente poderiam resultar em algo que transcende este mundo.



Não é à toa que a Nona de Beethoven é a sinfonia mais popular do mundo, e ainda assim, uma das mais brilhantes, se não A mais. Acredito que o Compositor ficaria feliz em ouvir sua obra-prima ser trabalhada por um dos Maestros mais geniais que já passaram pela Terra.